A fertirrigação é uma técnica que une irrigação e adubação, permitindo que nutrientes sejam aplicados diretamente na água de irrigação e cheguem de forma rápida e eficiente às raízes das plantas. Essa prática é cada vez mais utilizada por produtores que buscam aumentar a produtividade, economizar insumos e melhorar a qualidade da lavoura.
No coração desse processo está o cavalete de irrigação, onde se encontram os dispositivos responsáveis pela injeção de fertilizantes. E existem diferentes tecnologias para realizar essa tarefa — cada uma com suas vantagens, custos e aplicações ideais.
1. Injetores Venturi
O injetor Venturi funciona aproveitando a diferença de pressão da água na tubulação para criar um vácuo, que suga a solução nutritiva para dentro da linha de irrigação.
Vantagens:
Custo baixo.
Simples instalação.
Não requer energia elétrica.
Desvantagens:
Menor precisão na dosagem.
Depende de pressão diferencial constante.
Indicação: pequenos e médios sistemas, onde custo e simplicidade são prioridade.
2. Bombas Injetoras Mecânicas
Bombas de pistão, diafragma ou peristálticas empurram o fertilizante para a rede de irrigação. Elas são acionadas por motor elétrico, motor a combustão ou mesmo energia hidráulica.
Vantagens:
Vazão constante e controlada.
Boa precisão de dosagem.
Desvantagens:
Custo e manutenção mais elevados.
Partes mecânicas sujeitas a desgaste.
Indicação: áreas de médio porte que precisam de aplicação uniforme.
3. Bombas Elétricas Controladas
Essas bombas, geralmente centrífugas ou de diafragma, são integradas a um painel de controle ou sistema de automação.
Podem trabalhar em conjunto com sensores de pH e condutividade elétrica (CE) para ajustar a dosagem em tempo real.
Vantagens:
Alta precisão.
Integração com sistemas de automação agrícola.
Desvantagens:
Necessita energia elétrica no ponto de instalação.
Investimento inicial maior.
Indicação: grandes áreas, cultivos de alto valor agregado e fertirrigação de precisão.
4. Injeção Hidráulica Proporcional
Equipamentos como o Dosatron® utilizam a própria força da água para acionar um pistão dosador, que injeta o fertilizante em proporção fixa à vazão.
Vantagens:
Não precisa de energia elétrica.
Dose proporcional mesmo com variações de vazão.
Desvantagens:
Vazão máxima limitada.
Custo mais alto que o Venturi.
Indicação: horticultura, viveiros e estufas.
5. Injeção por Válvulas Pulsantes
Uma tecnologia mais recente utiliza válvulas solenóides (ou válvulas latching, no caso de sistemas a bateria) que abrem e fecham rapidamente, permitindo pequenas dosagens a cada pulso.
Vantagens:
Pode substituir bombas em alguns casos.
Baixo consumo de energia.
Fácil integração com automação.
Desvantagens:
Necessita pressão constante na linha.
Menos eficiente em grandes áreas com alta demanda de fertilizante.
Indicação: estufas, hidroponia e sistemas automatizados.
Tabela Comparativa
Tecnologia | Energia Necessária | Precisão | Custo | Aplicação Ideal |
---|---|---|---|---|
Venturi | Não | Baixa | Baixo | Pequenas áreas |
Bomba Mecânica | Sim | Média | Médio | Médias áreas |
Bomba Elétrica Controlada | Sim | Alta | Alto | Grandes áreas |
Hidráulica Proporcional | Não | Alta | Médio | Horticultura |
Válvula Pulsante | Opcional | Alta | Médio | Estufas/Hidroponia |
Conclusão
A escolha da tecnologia de injeção de fertilizantes depende do tamanho da área, do tipo de cultivo, da infraestrutura disponível e do nível de precisão desejado.
Enquanto sistemas simples como o Venturi oferecem baixo custo, soluções automatizadas com bombas controladas ou válvulas pulsantes garantem precisão e flexibilidade para a fertirrigação de alta performance.
Independentemente da tecnologia escolhida, investir em um bom sistema de injeção é investir na eficiência do uso de nutrientes e no sucesso da lavoura.