Viticultura

7 Principais Tecnologias para Viticultura Atualmente

Sumário

Autor: Gabriel Wathier Almeida

Introdução

Cultivar alimentos no campo nunca foi uma tarefa fácil. Somente aqueles que começam o dia cedo para trabalhar nas lavouras e pomares sabem o verdadeiro preço de produzir comida em boa quantidade e qualidade.  

Nos últimos anos, alguns desafios na atividade agrícola em geral têm aumentado, sendo geralmente motivados por questões externas à propriedade. A dificuldade de obtenção de mão de obra e a alta do preço dos insumos básicos são alguns dos principais desafios que acabam estreitando a margem de lucro dos agricultores. Portanto, cabe a eles serem cada vez mais assertivos em suas decisões, usando seus recursos com alta eficiência, mantendo um controle rígido sobre as atividades da propriedade e buscando sempre acompanhar as tendências do mercado para agregar valor no seu produto, comprovando qualidade e segurança. 

É por isso que as tecnologias no meio rural estão cada vez melhor difundidas, mesmo entre aqueles que possuem menores áreas de terra. O acesso às novidades no campo deixou de ser restrito a grandes fazendeiros e chega com cada vez mais velocidade nas pequenas propriedades de todo o Brasil, trazendo soluções para auxiliar nos principais desafios. 

Portanto, preparamos um conteúdo breve sobre tecnologias muito importantes para a viticultura, que estão em plena difusão: as estações meteorológicas e as ferramentas de gestão e caderno de campo digital. Além destas, vamos falar também sobre o uso de drones, que vêm sendo empregado cada vez mais nos vinhedos. 

Estação Meteorológica

Estação meteorológica da ELYSIOS instalada nos vinhedos da Vinícola Jolimont


Das variáveis que interferem no sucesso da produção agrícola, o clima está entre as principais, e é justamente essa a que temos maior dificuldade de prever ou controlar. Muitas vezes imprevisível, nem mesmo os modelos de previsão mais assertivos conseguem 100% de precisão. A assertividade se torna ainda menor ao observarmos que os principais serviços de previsão do tempo geralmente emitem previsões considerando regiões com raio de alguns quilômetros, e não a área correspondente a uma propriedade rural ou um talhão. Como sabemos, o volume de chuva pode ser distribuído de formas diferentes entre duas áreas vizinhas, ou até mesmo nas diferentes regiões do mesmo talhão, sendo que é possível chover muito em um local e praticamente nada em uma região próxima.

Por isso se torna importante a aferição do clima de forma localizada, precisa e constante, através de dispositivos instalados exatamente na própria lavoura ou pomar, o lugar onde realmente interessa conhecer o clima. Para isso existem as estações meteorológicas, dispositivos digitais que abrigam diferentes sensores climáticos, que captam informações do clima e enviam estes dados para o celular ou computador do usuário. Em qualquer lugar do mundo que o usuário estiver, desde que tenha internet naquele ponto, poderá acessar em tempo real como está o microclima de sua lavoura, e ainda consultar no histórico as condições de períodos anteriores.

Todos conhecemos o gosto amargo de tomar uma decisão errada. Ter um controle meteorológico preciso no cultivo permite ao produtor ou técnico refinarem suas estratégias de manejo de diversas formas, ajudando a tomar as decisões mais apropriadas sobre controle fitossanitário e momento de colheita, por exemplo. Algumas das dúvidas comuns que surgem no dia a dia são:

  • Qual o momento certo de realizar um controle preventivo para determinada doença?
  • As condições climáticas estão favorecendo o desenvolvimento de determinada doença, ou posso esperar mais para realizar um controle preventivo e poupar uma aplicação?
  • Agora seria o momento ideal de realizar uma pulverização ou devo esperar uma condição melhor?
  • Devo iniciar a colheita agora ou devo deixar a fruta amadurecer mais na planta?

Com o aumento de custos de insumos, combustível e mão de obra, reduzir o número de aplicações de defensivos pode fazer grande diferença na margem de lucro de uma safra, além da economia de tempo e riscos à saúde do operador e meio ambiente que estamos evitando. Agricultores com estações meteorológicas conseguem acompanhar variáveis como a temperatura, umidade do ar, velocidade do vento, molhamento foliar, volume precipitado, e cruzar estas informações com o ciclo da doença. Identificando a ausência de condições do tempo que favoreçam a proliferação do patógeno e desenvolvimento da doença, é possível deixar de fazer intervenções com defensivos sem correr grandes riscos de disseminação da doença no pomar.

Leandro Venturin, engenheiro agrônomo da Vinícola Jolimont, com técnicos da ELYSIOS


No contexto do controle de míldio da videira na Serra Gaúcha, os parceiros da Vinícola Jolimont relataram em uma safra que enquanto seus vizinhos já haviam feito 4 pulverizações, eles haviam feito somente uma e seu vinhedo estava em plena sanidade. Ao deixar de fazer pulverizações nos momentos em que não foi necessário (com aplicações calendarizadas), reduziram custos desnecessários mantendo o míldio controlado. Ou seja, uma economia de 75% no período em custos de aplicação.

Analisar as condições de vento, temperatura, umidade do ar e molhamento foliar antes de fazer um tratamento fitossanitário também é essencial para obter sucesso. Por mais que o produto escolhido seja eficiente e o pulverizador esteja bem calibrado, aplicar em condições desfavoráveis vai gerar perdas na eficiência da aplicação, pois parte do produto não vai chegar até a planta e vai se perder no ambiente. Na pior das hipóteses, no caso de herbicidas, pode ocorrer a deriva da calda para plantações próximas e causar prejuízos para o próprio agricultor ou para terceiros. Neste contexto, a estação meteorológica ajuda o aplicador a identificar se as condições estão adequadas para iniciar o controle, como velocidade do vento entre 3 a 10 km/h, temperatura entre 20 e 30ºC e umidade relativa do ar entre 70% e 90%.

Para ajudar os parceiros a trabalhar compreendendo melhor o clima, a ELYSIOS produz e comercializa suas próprias estações meteorológicas, dimensionadas sob medida para cada caso, coletando dados no campo com grande confiabilidade e robustez. Conheça mais sobre as possibilidades e casos com parceiros clicando aqui, e fique a vontade em entrar em contato para tirar dúvidas.

Ferramentas Digitais para Gestão

A agricultora Eliana Medeiro do Carmo cultiva o guaraná no município de Manacapuru, no Amazonas, e utiliza o Demetra para facilitar a rotina no campo (Crédito: Bruno Zanardo) 


Com o aumento da concorrência no mercado e do custo de produção, o controle sobre o processo produtivo nunca foi tão importante. Essa demanda é presente em qualquer tipo de serviço ou negócio, e no meio rural não seria diferente. Por muito tempo, a produção agrícola em geral foi conduzida de forma menos especializada em comparação à produção industrial, com pouca documentação e com análises empíricas sem base em dados. Da mesma forma, a capacidade de controlar e comprovar a qualidade de um produto para o comprador era mais difícil, visto que nem sempre as informações mais básicas eram sequer registradas. 

Caderno de Campo de Papel

O caderno de campo de papel foi uma das primeiras ferramentas de gestão para a agricultura, que até hoje é de grande importância. Ele auxilia no registro e acompanhamento das tarefas rotineiras, permitindo que o produtor, e eventualmente um técnico ou entidade vinculada, possam consultar as atividades já realizadas durante a safra atual ou safras anteriores.  

Ter informações exatas sobre os insumos utilizados e data da aplicação, colheitas e manejos realizados, data da ocorrência de pragas, é importante principalmente para comparar com as estratégias utilizadas nas safras anteriores e comprovar boas práticas para o mercado. Ou seja, ajuda na gestão da propriedade, com embasamento para definir melhores manejos, e na garantia de transparência sobre a forma que o produto foi cultivado, no âmbito de rastreabilidade e certificações. 

Ainda assim, usar o papel para cumprir com o caderno de campo sempre ofereceu desafios, que muitas vezes acabam inviabilizando seu uso. Os agricultores geralmente deixam para preencher o caderno depois que chegam em casa, depois de um dia exaustivo de trabalho. Quem já passou o dia na “lida”, no trabalho rural, sabe que ao chegar em casa, o desejo é de descansar e passar o tempo com a família. Caso o registro da atividade diária não for feito, a tarefa fica pendente para o outro dia. Não é raro acontecer de o agricultor ter que registrar atividades de vários dias anteriores pendentes de uma vez só, e muitas vezes nem lembrar com exatidão todas as informações. Ou ainda, “perder o fio da meada”, isso é, perder o hábito do registro e abandonar de vez o caderno de campo. Em outros casos, o bloco de anotações pode ser extraviado ao ter contato com água, terra, lama, ou mesmo ser perdido na propriedade, e com ele, perder-se todas as informações da safra atual e até safras passadas. No caso dos agricultores que conseguem preencher com assiduidade suas anotações rotineiras, eles e seus técnicos podem ter dificuldade de extrair informações dos dados registrados por estes estarem dispostos de forma pouco organizada, pouco atraente, dificultando a visualização. Inclusive, para que um técnico ou comprador tenha acesso às informações, ele precisa ir até o agricultor para coletar este caderno, e só então tomarão ciência do quê foi realizado na propriedade. Isso representa perda de eficiência em tempo e recursos para deslocamento. 

Caderno de Campo Digital  

Benefícios para o agricultor

 

O agricultor Rafael Flach usa o caderno de campo digital Demetra e as estações meteorológicas da ELYSIOS 


Com a popularização do uso da internet e celulares, diversas tecnologias surgem anualmente trazendo facilidades para os trabalhadores rurais, e o caderno de campo digital é uma delas. Disponível para ser utilizado no computador e no celular, e sem necessidade de sinal de internet, a versão digital do diário de campo traz eficiência e clareza para os membros da cadeia agrícola, permitindo o controle da propriedade na palma da sua mão. Basta pegar o celular do bolso e, com poucos cliques, é possível registrar as atividades que acabaram de ser realizadas de forma instantânea, ou checar atividades anteriores. Ao invés de postergar para registrar após chegar em casa, o celular permite a coleta da informação enquanto ela ainda está fresca, garantindo maior confiabilidade e praticidade. Após registrados os dados no celular, a tarefa está concluída, e o agricultor pode aproveitar o tempo em que está em casa para descansar e aproveitar com a família. Depois que as informações são enviadas para o servidor da “nuvem”, ficarão para sempre salvas e disponíveis para consulta, mesmo que o usuário venha a perder ou extraviar seu celular ou computador. Ou seja, muito mais segurança dos dados. 

Benefícios para toda cadeia

Os técnicos, cooperativas e agroindústrias também ganham muito com isso, pois o dado registrado no campo fica disponível instantaneamente para acesso via qualquer lugar do mundo, sem necessidade de coletar pessoalmente um caderno de papel. Antes de realizar a visita, o técnico já sabe quais foram os últimos passos do produtor na condução da lavoura ou pomar, e já pode realizar pré-diagnósticos antes de chegar na propriedade rural. No caso dos compradores que coletam caderno de campo físico no momento da entrega o produto, estes não precisam mais dispender tempo desta forma pois podem ter acesso a relatórios instantâneos de seus fornecedores via computador ou celular em uma plataforma digital. 

Para os parceiros que ainda se dão ao trabalho de transcrever as informações do diário para planilhas no computador, este trabalho não é mais necessário, visto que virtualmente é possível acessar, filtrar e ainda exportar as informações em formato de planilhas. Todas estas vantagens representam ganhos enormes em eficiência operacional, capacidade de gestão e tomada de decisão, visto que os dados em formato digital podem ser filtrados e trabalhados facilmente pelos técnicos e gestores. 

Certificações

No âmbito de agregar valor no produto ou cumprir com obrigações, o caderno de campo digital é uma ótima forma de comprovar atividades realizadas de forma organizada e transparente, facilitando processos de auditorias em certificações como Orgânicos Brasil, Biodinâmica Démeter, Global G.A.P., entre outras que exigem caderno de campo. Esta forma de apresentar a gestão da propriedade transmite muita confiança e segurança para o auditor, elevando o profissionalismo do empreendimento rural para um patamar acima. A rastreabilidade de vegetais e frutas frescas in natura a nível nacional, regulamentada principalmente pela INC 02/2018, também exige caderno de campo, além da etiquetagem do produto com informações específicas e outros requisitos. O produtor, cooperativa e agroindústria podem cumprir todos os requisitos legais da rastreabilidade com a Plataforma Demetra da ELYSIOS, regularizando-se com facilidade. 

Drones

(fonte: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/ate-que-ponto-drones-e-robos-interferem-na-alma-do-vinho_12206.html) 


 O uso de drones na agricultura cresceu muito nos últimos anos, principalmente em lavoura como soja, milho e cana, e vem ganhando espaço na viticultura. Esta tecnologia pode trazer benefícios em diversos aspectos como economia de insumos, eficiência no controle de pragas, agilidade na execução de tarefas e até redução do risco à saúde dos operadores. De forma prática, os drones são usados principalmente de duas maneiras: coleta de imagens aéreas e distribuição de insumos. 

Coleta de Imagens 

(fonte: https://www.datafarming.com.au/new-high-res-imagery-tool/) 


A análise de imagens coletadas por drones pode trazer novas percepções sobre os cultivos, pois se torna possível identificar diferentes potencialidades e pontos de atenção dentro de um mesmo talhão: condições de nutrição de solo e planta, vigor e tamanho de copa, áreas com mais danos por pragas e doenças, e outras ocorrências que podem se distribuir de forma desigual. Ou seja, passamos a enxergar as diferentes regiões de uma lavoura/pomar não mais como “a mesma coisa”, mas entendê-las como um ambiente complexo que pode demandar diferentes cuidados em cada pedaço de terra. Atendendo pontualmente cada demanda de forma personalizada, o produtor garante que está investindo energia onde é mais necessário e atuando menos nas áreas que já apresentam bom desempenho.  

Distribuição de Insumos

(fonte: Pixabay) 


A distribuição de insumos via drones permite diversas vantagens quando comparado à forma convencional. No caso da pulverização, pode representar mais eficiência em velocidade, redução no uso de insumos, segurança dos funcionários, conservação do solo, aumento da janela de pulverização, entre outras vantagens. 

 Os tratamentos ocorrem de forma autônoma, ou seja, o drone não precisa ser guiado por um operador durante a aplicação. O operador precisa “ensinar” previamente ao drone o caminho a ser percorrido através do mapeamento da área, onde manualmente, o drone percorre todas as fileiras do vinhedo, como mostra o vídeo abaixo: 

Gravações fornecidas pelo parceiro Jefferson Sancineto (ENOLAB) 


Velocidade e economia de insumos  

Utilizando volumes ultrabaixos de calda, a pulverização com drone em um hectare pode ser feita com volumes de até 20 litros, devido à alta precisão e eficiência da distribuição da calda. Sendo assim, a quantidade do produto utilizado também é menor representando grande economia com insumos, que é uma das principais despesas do pomar. A pulverização também é feita com muita agilidade, otimizando o tempo investido em controle fitossanitário, sobrando tempo para investir em outras atividades.  Dependendo do vinhedo, a pulverização em 1 hectare pode durar apenas 10 minutos. 

Gravações fornecidas pelo parceiro Jefferson Sancineto (ENOLAB) 


Versatilidade 

O drone também traz versatilidade quanto a pulverização em lugares menos favoráveis em função de elevada declividade, fileiras muito estreitas ou solo encharcado. O uso de pulverizador tratorizado nessas condições pode representar risco de tombamento, de danificação do pomar, atolamento e até danos à estrutura do solo por compactação. Por sua vez, o drone é capaz de fazer aplicações rápidas e seguras nestas situações, sobrevoando a área sem problemas. A janela de pulverização também se torna maior, visto que drones podem facilmente operar durante a noite, enquanto as aplicações tratorizadas noturnas podem representar maiores custos e riscos com operadores. 

Saúde e Segurança do trabalho 

Devido à elevada temperatura durante o verão, ainda é comum observar em vinhedos da agricultura familiar alguns tratoristas realizando pulverizações sem EPI, em tratores sem cabine. Quando a pulverização é feita pelo drone, reduz-se a exposição do operador ao risco de contaminação por defensivos durante a aplicação, pois os voos de drones são feitos de forma autônoma, onde as intervenções humanas durante a pulverização são apenas trocar a bateria e abastecer/trocar o tanque da calda quando o drone volta para a base. O ruído durante a aplicação com drones também é muito menor comparado ao uso de tratores, trazendo mais conforto e menos risco de danos à audição. 




Gravações fornecidas pelo parceiro Jefferson Sancineto (ENOLAB) 


Mesmo com resultados muito otimistas, o uso de drones de pulverização na viticultura ainda não é realidade para a maioria. Com o avanço da difusão dessa tecnologia, os preços praticados e a disponibilidade dos serviços e equipamentos devem se tornar mais acessíveis, visto que atualmente, esta prática acaba sendo utilizada principalmente por médios e grandes produtores. Muitos dos usuários desta tecnologia relatam encontrar bom custo benefício nas aplicações via drones.

Para aderir à ideia, é necessário contratar um serviço de pulverização ou adquirir uma aeronave, tanques, baterias e gerador para carga das mesmas. No caso da aquisição, a disponibilidade de peças e custos de manutenção devem ser considerados no cálculo e, dependendo da localidade do pomar, o menor acesso a estes materiais pode representar uma desvantagem em comparação ao uso de pulverizadores convencionais, que já estão estabelecidos há décadas no mercado e possuem maior disponibilidade. Ainda assim, acreditamos que os drones estão revolucionando a forma como realizamos tratamentos fitossanitários, e vão ganhar cada vez mais espaço nos próximos anos.

Considerações Finais

A viticultura como um todo está se especializando cada vez mais e a tecnologia é a melhor ferramenta para ajudar os produtores, técnicos e indústrias a percorrer este caminho. A tecnologia muito a agregar para aqueles que buscam produzir com eficiência, qualidade e transparência, trilhando os passos certos para usar os recursos com o melhor proveito e colher os melhores resultados.

Para ajudar os parceiros a otimizar o controle e eficiência da sua produção, assistência técnica ou cadeia de fornecimento de matéria prima, a ELYSIOS trabalha desde 2017 ajudando agricultores, cooperativas, agroindústrias, técnicos a alcançar estes resultados. Conheça mais sobre as possibilidades e casos com parceiros clicando aqui e fique a vontade em entrar em contato para buscar assistência.

Convidamos os leitores a conhecer mais sobre o trabalho da ELYSIOS na implementação da plataforma Demetra na cadeia de fornecimento de matéria prima. Centenas de clientes optaram por este caminho e estão muito satisfeitos.

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