olivicultura

Caderno de Campo Digital facilita rastreabilidade e manejo de oliveiras

Sumário

Plataforma que possibilita um panorama completo dos pomares surpreende usuários por resposta às demandas

O cultivo das oliveiras está em franca expansão no Sul do Brasil. O clima propício para a cultura, com temperaturas baixas no inverno e estações definidas, torna o Rio Grande do Sul o maior produtor do país, com seis mil hectares cultivados em 65 municípios, segundo dados do Instituto Brasileiro da Olivicultura (IBRAOLIVA). A produção de azeite de oliva vem despertando o interesse de investidores. São empresários, funcionários públicos e profissionais liberais que, em sua maioria, não se envolvem diretamente na tomada de decisões e no trabalho junto aos pomares.

“Eles querem que a gente faça as avaliações, resolva e trate tudo diretamente com o funcionário, preferem acompanhar de longe o que acontece na propriedade”, explica o consultor em olivicultura Emerson Menezes, que presta serviço em oito propriedades rurais de Bagé e outros municípios da região da Campanha. Esse meio de campo entre proprietário e trabalhador começa a ficar mais eficiente com o uso da tecnologia.

A rotina de Menezes é facilitada pela plataforma Demetra, que funciona como um caderno de campo digital, onde é registrado o dia a dia nos olivais. “O aplicativo simplifica muito. Ao relacionar que foi feita uma aplicação, por exemplo, já aparece o prazo de carência do produto e ele avisa quando deverá ser feita a próxima. Ajuda no acompanhamento do solo, que aqui é muito variado, e também no controle de pragas. Eu consigo monitorar todo o manejo, o funcionário me informa o serviço realizado e eu sei o que está ocorrendo na propriedade, dou prazo para ele executar e vou alimentando o sistema com as informações. As visitas são periódicas, a cada 7 ou 10 dias”, explica o engenheiro agrônomo, também sócio da Azeites do Pampa.

O aplicativo foi desenvolvido pela Elysios Agricultura Inteligente, startup gaúcha dedicada a tornar o trabalho no campo mais conectado e acessível. O diretor comercial da empresa, Mário Apollo Brito, garante que o que está acontecendo nos olivais é o só começo. “Informações que não eram guardadas, ou ficavam em um caderno impresso, esquecido na gaveta, agora ficam coletadas e organizadas para ajudar o produtor a receber assistência técnica e qualificar a produção. Com o passar do tempo, ele vai saber se a sua produtividade é boa, onde está melhorando, qual variedade de oliva se desenvolve ou onde ele está tendo lucro. É isso que se chama de Big Data”, afirma.

A partir de informações sobre o que acontece no pomar, registradas via celular, o sistema faz um rastreamento completo do cultivo, hoje uma exigência do mercado. Utilizando a plataforma há apenas três meses, Menezes se diz satisfeito com o suporte que recebe da empresa. “A gente ainda está aprendendo, mas já sabe exatamente o que está sendo feito, o que acontece em cada área, onde ocorre cada problema. À medida que surgem as demandas, eles nos escutam e entendem as nossas necessidades. Então o aplicativo vem atualizado na versão seguinte, essas trocas são importantes. Tivemos uma experiência anterior que não foi adiante por falta desse feedback”, conta.

O dirigente da Elysios acredita que é necessário prestar assistência aos parceiros, nessa jornada tecnológica. “Não basta criar e levar a tecnologia para a agricultura, tem que saber implementá-la de acordo com a realidade, saber trabalhar para ajudar as necessidades de cada produtor e cada cultivo. É uma adequação necessária, que resultará em transparência no campo e, como consequência, em segurança alimentar. Assim, conseguimos mostrar ao consumidor que é um produto seguro, com origem e garantias. É a grande oportunidade de equiparar o Brasil com outros mercados, porque potencial nós já temos. Precisamos implementar a tecnologia para ganhar produtividade, redução de custos e capacidade de vender produtos com maior valor agregado”, explica Mário Brito, Líder Comercial da empresa.

Os olivais gaúchos estão no período de floração. A expectativa de Menezes é chegar na colheita, em abril com um panorama completo dos pomares. “Na medida em que chegar o fim do ciclo, saberemos o custo da atividade e da propriedade. Vamos ter o valor final de cada item, seja produto, funcionário, equipamento ou serviço feito. Poderemos elaborar gráficos e relatórios e saber, por exemplo, os investimentos e resultados em cada área de uma variedade de azeitonas. Vai ser ótimo, pois um bom fruto, vindo de uma planta saudável, vai refletir na qualidade do produto final, que no nosso caso é o azeite”, conclui.

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