Parabéns, planeta. Sei que está cada vez mais difícil de suportar essa dor.
Em menos de oito meses, nós utilizamos mais recursos naturais do que a terra é capaz de renovar durante um período de um ano. Isso quer dizer que, pelos próximos 4 meses do ano, nós estaremos vivendo em dívida com o planeta e utilizando recursos das gerações futuras.
Hoje, essa conta não fecha.
O dia 1º de agosto é “a data em que teremos utilizado todas as árvores, toda a água, o solo fértil e os peixes que a Terra pode nos fornecer em um ano”, explica Valérie Gramond do Wild World Fund. Se continuarmos assim, essa data tende a acontecer cada vez mais cedo. Na média mundial, estamos utilizando 1,7 vezes os recursos da Terra ao mesmo tempo que estamos emitindo mais dióxido de carbono na atmosfera que os ecossistemas podem absorver. Se continuarmos a consumir nessa velocidade, estima-se que, em 2050, sejam necessários quase 3 planetas para sustentar nosso estilo de vida.
Mas calma, isso não quer dizer que estamos em um caminho sem volta. Ainda há tempo para mudar esse destino.
No site https://www.overshootday.org/, podemos ver algumas alternativas e por quais meios podemos diminuir as nossas pegadas na Terra e, assim, adiantar essa data de uso de recursos de volta para o final de cada ano. Essas soluções giram em torno de quatro áreas principais para melhorar a sustentabilidade: Alimentação, cidades, população e energia.
A forma como atendemos a uma das nossas necessidades mais básicas – a comida – é uma maneira poderosa de influenciar a sustentabilidade. Fornecer alimentos localmente e evitar alimentos altamente processados pode diminuir o impacto ecológico, ao mesmo tempo que podemos aumentar a eficiência de recursos na produção e diminuir o desperdício de comida.
O importante é começar, um passo de cada vez. Todos sabemos o quão difícil é mudar a sua rotina, os seus hábitos, mas também sabemos que não é impossível.
Esse ano a dívida chegou mais cedo, como previsto. E isso pode mudar, para melhor, ou para pior, cabe a todos nós.
O que você faz hoje pelo amanhã?
Por Francisco Motta, Diretor de Marketing da Elysios