A INEVA Alimentos Naturais

A família Ribeiro teve sua origem no interior de Garibaldi, numa comunidade chamada São Luis de Linha Camargo, onde trabalhavam na agricultura.

No ano de 1970, ano no qual nasceu Inês, proprietária da INEVA, a família mudou-se para o município de Carlos Barbosa, onde continuaram a trabalhar na agricultura.

Os filhos crescidos, cada um seguiu seu caminho, e trabalhavam em empresas locais.

Os pais acabaram se separando e a mãe foi morar com Inês, que após mais de 20 anos trabalhando numa empresa, decidiu comprar um sítio no interior, na localidade de Torino, para o qual mudou-se com sua mãe. Juntas plantaram muitas fruteiras, convencionais e nativas, fizeram um parreiral e produziam grande parte do que consumiam.

Um tempo depois nasce seu filho, e com o passar dos anos, Inês percebe que precisa aumentar sua renda, aproveitando melhor sua propriedade. Plantaram mais fruteiras, com o objetivo de comercializar as frutas produzidas.

Mas Inês ainda queria algo diferente para produzir e oferecer aos consumidores. Assim surgiu a ideia de cultivar cogumelos. Após pesquisas e planos, esquemas, cálculos, decidiu investir nesse novo empreendimento.

Foram quase dois anos entre o surgimento da ideia e as instalações estarem prontas para começar a produzir, mas finalmente nasceu a Ineva, que ainda está dando seu primeiro passo no cultivo e comercialização de cogumelos, mas que pretende futuramente ser referência na região.

Cultivo de cogumelos

De uma forma resumida, o cultivo do cogumelo é iniciado com a inoculação de uma cepa do fungo para uma primeira colonização (crescimento do micélio), por exemplo, em grãos de arroz e com ou sem suplementação de farelo ou farinha de trigo. Uma quantidade específica dessa cultura inicial é então transferida para o saco que contém o substrato, previamente autoclavado, e esse saco, que possui um pequeno filtro 0,22 µm na parte superior para possibilitar a aeração, é fechado e mantido num galpão com umidade controlada até a total colonização do substrato.

Após 30 a 40 dias, o saco é retirado e o substrato colonizado vai para um novo galpão onde permanecerá por 3-4 semanas. Após esse tempo ocorre o processo de choque térmico, o qual para o Shiitake é feito com a imersão do substrato colonizado em água, sendo necessário um t de 7 ºC em relação à temperatura ambiente e para o Shimeji o choque é feito em refrigerador.

Origem

Estrada José Chies, 958 – CEP 95185-000. Torino – Carlos Barbosa/RS

Receitas com cogumelos

Risoto com Shimeji

Ingredientes:

180 g de shimeji lavados
1 cebola picada
1 colher de sopa de alho socado
1 colher de sopa de azeite de oliva
Um pouquinho de molho inglês
1/2 copo de vinho tinto
Uma pitada de orégano
Sal a gosto
1/2 copo de molho de tomate
1 xícara de arroz
2 xícaras de caldo de galinha: 2 tabletes dissolvidos em água
Queijo ralado parmesão

Modo de preparo:

Em uma panela ferva o shimeji com água e o caldo de galinha.
Reserve.
Frite a cebola e o alho, acrescente o arroz, deixe-o fritar um pouco e acrescente o molho de tomate.
Acrescente o vinho tinto, deixe secar um pouquinho.
Coloque o shimeji e vá colocando a água para cozinhar o arroz.
Quando estiver pronto, desligue e acrescente o queijo ralado.

Macarrão com Shimeji

Ingredientes

2 cebolas pequenas bem picadas
2 dentes de alho bem picados
3 colheres de sopa de manteiga
200 g de shimeji
100 ml de creme de leite
50 g de parmesão ralado
Shoyu a gosto
Sal a gosto
Salsinha e cebolinha a gosto
250 g de macarrão a gosto

Modo de preparo

1.Leve ao fogo uma panela com água, óleo e sal e deixe ferver, acrescente o macarrão e cozinhe até que fique al dente, escorra a água e reserve.

2.Em uma panela, derreta a manteiga, acrescente a cebola e o alho e deixe dourar, acrescente o shimeji e o shoyu a gosto. Refogue por aproximadamente 5 minutos, ou até que esteja macio.

3.Apague o fogo, acrescente o creme de leite e coloque sal a gosto.

4.Misture o macarrão e o molho em uma travessa, salpique com salsinha e cebolinha, cubra com o parmesão ralado e leve ao forno por aproximadamente 15 minutos.

Sirva a seguir.

Pleurotus ostreatus - SHIMEJI

O Pleurotus ostreatus é o Shimeji preto, cogumelo com variedades branco e preto. Ele é nutritivo, rico em proteínas (19% peso seco) e contém onze aminoácidos. O shimeji pode ser preparado em sopas, molhos, saladas, refogados, marinados, podendo até ser empanado.

Depois de inoculados, os sacos deverão ser colocados em local escuro e com ventilação moderada para troca gasosa, podendo ser uma prateleira, chão ou em cima de uma mesa. O tempo de colonização varia de 20 a 75 dias, dependendo das condições de umidade e temperatura, e da variedade do Pleurotus. Após esse período o saco ficará totalmente branco, e esse é um sinal de que o substrato está 100% colonizado.

A colheita do shimeji é feita em fluxos semanais que duram de 5 a 8 semanas. O rendimento de uma produção comercial é de aproximadamente 20% do peso do substrato úmido para cogumelos frescos. Os cogumelos devem ser colhidos antes que as suas bordas comecem a enrolar para cima, e para isso basta torcer e puxar os cogumelos do substrato. Não se deve retirar ou danificar o substrato, e o ideal é retirar todos os fragmentos do cogumelo, inclusive os abortos.

O cogumelo é um produto muito perecível, podendo, quando deteriorado, causar problemas de saúde. Não consuma cogumelos com aparência ruim, murchos ou fungados. Os cogumelos também podem ser desidratados, conservados em salmoura ou ainda congelados

Lentinula edodes – SHIITAKE

Seu cultivo comercial é realizado tanto com a utilização de toras de madeira, da mesma forma que no meio natural ou pela produção em compostos orgânicos à base de serragem, farelo de arroz, trigo e/ou soja, previamente hidratada com correção do pH. O Shiitake é nutritivo, rico em proteínas (17,5% peso seco) e contém nove aminoácidos essenciais.

Durante a incubação, o micélio do shiitake está ligado ao substrato, juntos dentro do saco plástico de polipropileno. Essa massa de substrato e micélio é chamada de bolo. A partir do momento que este bolo está formado pode ser retirado o saco de polipropileno. A indução para a frutificação começa com a mudança de temperatura de 25ºC para algo em torno de 16ºC. A frutificação requer condições ambientais específicas: temperaturas entre 13-20ºC, umidade relativa entre 75 a 95%, luz, ar fresco, nutrientes e água suficiente no bloco. O tempo de colheita total dos bolos de substrato termina em 3 a 6 meses ou mais, dependendo das condições do ambiente durante a frutificação, da fórmula do substrato e tamanho do bloco.

Cogumelo Paris ou Champignon.

Esse cogumelo branco é a primeira imagem que vem na nossa cabeça, parece um pequeno guarda-chuva com tonalidade que caminha entre o branco e o marrom claro. Foi um dos primeiros a serem colocados no mercado, geralmente em vidros de conserva. Além da conserva, ele também é oferecido fresco, possui um sabor suave e textura variada de acordo com o preparo. O champignon fica ótimo em strogonofes (tanto de carne como de frango) e fica muito bom também em risotos.

Substratos

Para os cogumelos o composto mais utilizado é uma mistura de vários substratos, tendo como base o resíduo de tora de eucalipto (serragem) suplementado com farelos de trigo, arroz ou outro cereal. Após a mistura, normalmente é efetuada a adição de carbonato de cálcio ou dolomita como fonte de cálcio e para a correção do pH que deve estar em torno de 4.

O cultivo também pode ser efetuado com a utilização de vários resíduos lignocelulósicos como substratos, tais como palhas de cereais, bagaço de cana-de açúcar, serragens, casca de frutas, folhas de bananeira, restos de papel, resíduos cítricos, polpa de café, entre outros. Na maioria dos cultivos, estes substratos são misturados a outras fontes nutricionais, com destaque para os farelos e uréia. A suplementação do substrato com farelos, principalmente, o de trigo, proporciona um aumento do teor de determinados elementos, como Fe e Mg.

O substrato é o maior responsável pela fonte de nutrientes e água para o posterior desenvolvimento do cogumelo e é também o que sustenta o cultivo. Devido ao seu alto grau de importância no processo, é preciso que se tenha cuidados especiais em sua formulação. A falta de cuidados com o substrato faz com que os microorganismos o colonizem muito antes fungo desejado. Os substratos ricos são submetidos a compostagem, pasteurização e condicionamento. Esse processo demora de 21 a 30 dias e, quando chega ao fim, ele está parcialmente estabilizado e condicionado. Existem alguns organismos termófilos, antagônicos ao shiitake, que apenas são mortos quando elevados a altíssimas temperaturas. Por isso o correto manuseio do substrato é fundamental para o sucesso do cultivo.

Os substratos para o cultivo axênico em blocos precisam ser em sacos resistentes a 125ºC, ou seja, o polipropileno ou o polietileno de alta densidade, serragem enriquecida de nutrientes e condições ambientais controladas ou semi-controladas.

A formulação para os substratos de pasteurização severa é menos nutritiva para que os nutrientes usados não possibilitem a proliferação de microorganismos. Com C/N entre 50 e 65/1, o que pode envolver inúmeras combinações de matérias-primas.

Como o substrato é um dos fatores de maior importância no cultivo dos cogumelos é preciso que seu preparo seja feito com o máximo de cuidado possível.

Primeiro se escolhe o material a ser usado. No caso da serragem (quem deve estar fresca e não conter mofo), o primeiro passo é o seu peneiramento. Isso acontece porque a serragem contém pedaços de madeiras ou outros materiais duros que precisam ser retirados, pois se ficam podem causar perfurações nos sacos, e essas perfurações facilitam a entrada de microorganismos contaminantes.

A composição do material deve ser bastante estável não estando nem muito fina, pois dessa forma compacta demasiadamente o bolo, e nem muito grosso, pois, dessa maneira, forma bolsões de ar que diminuem a produção. Depois de misturados os substratos devem ser colocados nos sacos apropriados e a quantidade a ser adicionada varia de acordo com o tamanho do saco, que é normalmente de um quilo e meio a quatro quilos.

Depois de prontos os substratos são levados para a autoclave, máquina que funciona como uma panela de pressão, e elevados a uma temperatura de 121ºC por duas horas ou mais. Na pasteurização severa a temperatura é aumentada a partir da emissão de vapor, mas sob pressão ambiente. Os bolos devem permanecer nesse ambiente por um período de seis a 10 horas. Essa diferença de tempo existe devido ao fato de que na pasteurização severa a temperatura é mais baixa. A autoclavagem, no processo axênico, é de alto custo de implantação, contudo é a única forma eficiente para esterilização do material. A pasteurização severa tem custo inferior e é indicada quando o cultivo do cogumelo acontece em galpões.

A serragem é componente mais comum nos substratos, pois são ricos em nitrogênio e em outros nutrientes. Palhas de capim e bagaço de cana-de-açúcar também são materiais utilizados, são ricos em carbonos e pobres em nitrogênio e fósforo. Como existe uma interação significativa entre linhagem e substrato é fundamental que um comerciante de inóculo os teste antes de colocá-lo em comercialização. É preciso saber sua produtividade, qualidade e características do fungo. Saber em que tipo de substrato e qual método de cultivo elas se desenvolvem melhor também é importante.

Após o resfriamento do substrato, deve ser inoculado o micélio do fungo. O inóculo  deve ser de linhagem selecionada para as condições de cultivo. Depois de selecionado, a inoculação pode acontecer em dois diferentes tipos de ambientes: Câmaras de fluxo laminar para o cultivo axênico ou em salas de inoculação, no caso de pasteurização severa. No primeiro caso, as câmaras geram um ambiente estéril no momento de introduzir o spawn nos sacos.

Antes que o substrato seja tomado pelo micélio, acontece a colonização. Essa etapa ocorre logo após a inoculação. Logo após essa etapa, o micélio começa a atingir sua estabilidade e, finalmente, o endurecimento do bolo. Quando o bolo for considerado pronto para a frutificação o saco plástico pode ser retirado completamente e o bolo colocado em local úmido. Também é possível abrir furos no saco, por onde o cogumelo nascerá, diminuindo a chance de contaminação.

Para que a frutificação aconteça com sucesso é preciso manter condições ótimas durante a fase de produção. Na fase de frutificação os fatores fundamentais são a umidade relativa do ar, temperatura e conservação de oxigênio. Essas condições podem ser obtidas com a instalação de nebulizadores, vaporizadores ou, no caso de uma câmara de frutificação pequena e caseira, bandejas com perlita úmida. Esses nebulizadores e vaporizadores devem ser acionados frequentemente, porém por um período curto de tempo. Em galpões sofisticados é possível instalar sensores para que ocorra esse controle, usando Arduino.

Estruturas básicas de um cogumelo