1 QUAL A IMPORTÂNCIA DE UMA APLICAÇÃO CORRETA?

Você sabia que até 70% da calda de produtos aplicada pode ser desperdiçada para o ambiente através do escorrimento, carregamento de gotas pelo vento e evaporação?

Isto representa desperdício de dinheiro, e uma possível aplicação de uma dose menor que a desejada e risco de atingir alvos indesejados.

Por isto, realizar uma aplicação eficiente e correta garante a eficácia do produto, reduz custos, evita problemas com contaminação de pessoas e do ambiente, e ainda evita a deriva de produtos para outras culturas.

Assim, torna-se necessário que o aplicador seja capacitado, que os equipamentos estejam regulados e calibrados e que as condições do ambiente naquele momento permitam a aplicação.

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2 ASPECTOS IMPORTANTES

2.1 Influência das Condições Climáticas

As condições climáticas no momento da aplicação são determinantes para a eficiência do processo.

  • Correntes de vento podem arrastar as gotas e carregar para outro alvo, dependendo do peso e tamanho da gota
  • A alta temperatura e a baixa umidade relativa do ar contribuem para a evaporação rápida das gotas, representando perda de produto para o ambiente.

As condições ideais para a pulverização são:

  • Umidade relativa do ar: pelo menos 50%.
  • Velocidade do vento: 3 a 7 km/h.
  • Temperatura abaixo de 30º C.

2.2 Volume de Pulverização

O volume de calda a ser pulverizada depende do alvo, condições climáticas, o tipo de ponta utilizada no bico, a arquitetura da planta e o tipo de produto que será aplicado. Sempre evitando perda de produto para o ambiente, seja por evaporação, deriva ou escorrimento na folha.

Portanto, em condições climáticas que favorecem a deriva e plantas que possuem dossel bem desenvolvido e fechado, o volume de calda utilizado deve ser maior.

2.3 Tamanho das Gotas

Ajustar o tamanho das gotas é muito importante para garantir a eficiência da aplicação.

ATENÇÃO: Se não houver qualquer indicação na bula do produto, recomenda-se a utilização de gotas médias para reduzir as chances de erros na aplicação.

3. CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR

A calibração do pulverizador e da aplicação são essenciais para garantir a aplicação da dose correta, contribuindo para que a pulverização promova a eficácia desejada.

Veja o passo a passo recomendado para realizar a calibração de diferentes tipos de pulverizadores.

3.1 Calibração do Pulverizador Manual

  1. Demarque uma área de 10 m x 10 m (100 m2 ) na cultura. 

  2. Abasteça o pulverizador somente com água e marque o nível no tanque.  

  3. Coloque o pulverizador nas costas e ajuste as alças.

  4. Pulverize a área marcada a uma velocidade confortável e que seja sustentável nas condições normais da área que será pulverizada no período de trabalho normal (subida, descida, terreno plano).

  5. Retire o pulverizador das costas.

  6. Meça a quantidade de água necessária para reabastecer o tanque do pulverizador até a marca feita anteriormente, com recipiente graduado.

  7. Repita a operação por mais duas vezes e calcule a média do gasto de água.

  8. Para determinar o volume de aplicação em 1 hectare, multiplique por 100 o volume aplicado em 100 m2 .

  9. Leia a bula do produto para verificar se este volume está dentro dos limites recomendados. Se o volume obtido for superior ou inferior a 10% do volume recomendado na bula, mude a ponta para uma de vazão maior ou menor, conforme o caso. 

  10. Caso haja necessidade da troca das pontas, o procedimento de calibração deve ser repetido. Nos casos onde a dosagem do produto é recomendada em concentração (ex: 150 mL/100 L de água), o volume adequado pode ser visualizado através do início do escorrimento da calda, no caso de folhagens, ou da obtenção da concentração de gotas desejada.

  11. Calcule o número de tanques que serão gastos em um hectare, dividindo a quantidade de água gasta por hectare pelo volume do tanque do pulverizador.

  12. Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada. Através do aplicativo Demetra, é possível contatar um técnico para recomendar a dosagem

  13. Se a dosagem estiver recomendada por hectare (ex: 2,0 L/ha), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função do número de tanques por hectare. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 20 L, e a taxa de aplicação de 200 L/ha de calda, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (20 ÷ 200) x 2,0 = 0,2 litros de produto por tanque.

  14. Se a dosagem estiver recomendada em concentração (ex: 150 mL/100 L de água), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função da capacidade do tanque. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 20 L, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (20 ÷ 100) x 150 = 30 mL de produto por tanque.

3.1 Calibração do Turbopulverizador

A) Quando a quantidade de calda é expressa em litros/planta

  1. Para realizar a calibração, será feita uma aplicação teste em um determinado número de plantas.
  2. Abasteça o pulverizador somente com água e anote o nível no tanque.
  3. Marque 100 plantas para culturas de menor porte (como o café) ou 10 para culturas de maior porte (como em citros) no talhão a ser tratado.
  4. Escolha a marcha que proporciona a velocidade adequada às condições de operação na área a ser tratada.
    1. O ar expelido pelo pulverizador deve ser ajustado para proporcionar a penetração necessária no dossel, mesmo na parte interior. No entanto, não deve carregar um excesso da calda para além do topo das árvores ou para o outro lado.

    2. A velocidade de deslocamento do pulverizador deve proporcionar tempo suficiente para que a “névoa” de calda penetre adequadamente na copa.

    3. Em geral, ventiladores grandes e ruas estreitas permitem o uso de velocidades de deslocamento maiores

  5. Ligue a tomada de potência (TDP) e ajuste a rotação do motor para obter 540 rpm na TDP. Ajuste os defletores e o direcionamento dos bicos.

    1. Quando o pulverizador for equipado com defletores de ar, direcionar a parte superior para o topo das árvores e a parte inferior para a parte baixeira,, evitando desperdícios.

  6. Pulverize nas plantas marcadas. Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado.

  7. Após a pulverização, meça a quantidade de água necessária para reabastecer o tanque do pulverizador até a marca feita anteriormente.

    1. Certifique-se de que o pulverizador está na mesma posição antes e depois da operação, para manter o mesmo nível da calda no tanque.

  8. Para obter o volume pulverizado sobre uma planta, divida o volume pulverizado pelo número de plantas que foram pulverizadas.

  9. Leia a bula do produto para verificar se esta taxa de aplicação está dentro dos limites recomendados.

    1. Caso não esteja e a diferença for pouca, pequenos ajustes podem ser realizados variando-se a pressão.

    2. Para ajustes maiores, recomenda-se a troca das pontas de pulverização para pontas de vazões maiores ou menores, conforme a necessidade.

    3. Se houver necessidade da troca das pontas, o procedimento de calibração deve ser repetido.

  10. Após calcular o volume de calda, é hora de calcular a quantidade de produto a ser utilizada no tanque.

    1. Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada. Vamos assumir que a dose é 200 mL/100 L.

    2. Calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento. Se a capacidade do tanque é de 2000 L, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento pode ser calculada assim: (2000 ÷ 100) x 0,2. Resultado: 4 litros de produto por tanque.

B) Quando a quantidade de calda é expressa em litros/hectare

  1. Para realizar a calibração, será feita uma aplicação teste em uma área de 100m².

  2. Abasteça o pulverizador somente com água e anote o nível no tanque.

  3. Determine a faixa de pulverização.

    1. Para pulverizadores que aplicam nas duas linhas em cada passada (bilaterais), a faixa de pulverização é o espaçamento entre as linhas. .

    2. Para pulverizadores que aplicam em uma linha por vez (unilaterais) e passam duas vezes pelo mesmo lugar, a faixa é a metade do espaçamento entre linhas.

  4. Para determinar a distância a ser percorrida, divida 100 pela valor da faixa de pulverização.

    1. Exemplo: se a faixa de pulverização for 4 metros, dividir 100 por 4. O resultado, que neste caso é 25 metros, será a distância a ser percorrida no teste para totalizar uma aplicação em 100m².

  5. Escolha a marcha que proporciona a velocidade adequada às condições de operação na área a ser tratada.

    1. O ar expelido pelo pulverizador deve ser ajustado para proporcionar a penetração necessária no dossel, mesmo na parte interior. No entanto, não deve carregar um excesso da calda para além do topo das árvores ou para o outro lado.

    2. A velocidade de deslocamento do pulverizador deve proporcionar tempo suficiente para que a “névoa” de calda penetre adequadamente na copa.

    3. Em geral, ventiladores grandes e ruas estreitas permitem o uso de velocidades de deslocamento maiores

  6. Ligue a tomada de potência (TDP) e ajuste a rotação do motor para obter 540 rpm na TDP. Ajuste os defletores e o direcionamento dos bicos.

    1. Quando o pulverizador for equipado com defletores de ar, direcionar a parte superior para o topo das árvores e a parte inferior para a parte baixeira,, evitando desperdícios.

  7. Pulverize na área determinada. Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado

  8. Após a pulverização, meça a quantidade de água necessária para reabastecer o tanque do pulverizador até a marca feita anteriormente.

    1. Certifique-se de que o pulverizador está na mesma posição antes e depois da operação, para manter o mesmo nível da calda no tanque.

  9. Para determinar o volume de calda a ser aplicada em 1 (um) hectare, multiplique por 100 o volume aplicado em 100 m2.

  10. Leia a bula do produto para verificar se esta taxa de aplicação está dentro dos limites recomendados.

    1. Caso não esteja e a diferença for pouca, pequenos ajustes podem ser realizados variando-se a pressão.

    2. Para ajustes maiores, recomenda-se a troca das pontas de pulverização para pontas de vazões maiores ou menores, conforme a necessidade.

    3. Se houver a necessidade da troca das pontas, o procedimento de calibração deve ser repetido.

  11. Nos casos onde a dosagem do produto é recomendada em concentração (exemplo: 150 mL/100 L de água), o volume adequado pode ser visualizado através do início do escorrimento da calda, no caso de folhagens, ou da obtenção da concentração de gotas desejada;

  12. Após calcular o volume de calda, é hora de calcular a quantidade de produto a ser utilizada no tanque.

    1. Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada. Vamos assumir que a dose é 3,0 L/ha.

    2. Calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função do volume pulverizado. Se a capacidade do tanque é de 2000 L, e a taxa de aplicação de 400 L/ha, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (2000 ÷ 400) x 3. Resultado: 15 litros de produto por tanque;

  13. Se a dosagem estiver recomendada em concentração (ex: 200 mL/100 L de água), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento. Se a capacidade do tanque é de 2000 L, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento pode ser calculada assim: (2000 ÷ 100) x 0,2. Resultado: 4 litros de produto por tanque.

4 Preparo da Calda

Para otimizar o tempo, maquinário e reduzir custos, a aplicação de calda com produtos misturados no tanque é muito comum. No entanto, existem poucos estudos sobre a compatibilidade de produtos em mistura, sendo importante levar em conta a experiência do técnico ou produtor.

Para testar a mistura antes de preparar no tanque, muitos produtores realizam o “teste da garrafa”. O teste consiste em misturar os produtos em uma garrafa PET, respeitando a mesma ordem e proporção de cada produto. Com esta mistura, é possível prever o que aconteceria com a mistura dentro do tanque, observando se ocorre a precipitação ou separação de algum produto.

Para a mistura dos produtos, recomenda-se começar pelos produtos mais simples ou mais solúveis em água, finalizando com os menos solúveis ou mais complexos.

4.1 Ordem de Mistura

Recomenda-se que a sequência de mistura no tanque do pulverizador ou no misturador de calda seja referenciada do “mais fácil” para o “mais difícil”:

  1. Colocar água no tanque ou misturador;
  2. Ligar agitação;
  3. Colocar adjuvantes condicionadores de calda, surfactantes e emulsionantes;
  4. Colocar substâncias altamente solúveis em água (sólidas ou líquidas);
  5. Colocar líquidos concentrados;
  6. Colocar adubos, micronutrientes e outros adjuvantes;
  7. Colocar produtos de base oleosa;

A agitação correta da calda é importante:

O funcionamento correto do agitador do tanque, seja manual ou motorizado, garante que o produto será aplicado com a mesma concentração em toda lavoura, correspondendo a dose calculada.

Para pulverizadores motorizados onde o agitador é ativado pela TDP, deve-se trabalhar com a rotação de 540, garantindo que a agitação será eficiente enquanto o produto é aplicado. Caso a aplicação for realizada com rotação mais baixa, pode acontecer a deposição de partículas no fundo do tanque, bem como a migração de produtos emulsionados para a parte superior da mistura.

5 Inspeção Periódica de Pulverizadores

A inspeção periódica garante a correta utilização e conservação do produto. Para isto, deve-se seguir uma sequência de etapas que serão apresentadas à seguir:

5.1. Preparação do Pulverizador para Inspeção

A inspeção deve ser iniciada com a preparação do pulverizador para o processo, realizando-se uma limpeza geral.

Deve-se realizar a descontaminação do reservatório, a lavagem dos filtros (de linha, de sucção e das pontas) e a limpeza das pontas. A seguir, o tanque deve ser abastecido com água limpa.

  1. Colocar água no tanque ou misturador;
  2. Ligar agitação;
  3. Colocar adjuvantes condicionadores de calda, surfactantes e emulsionantes;
  4. Colocar substâncias altamente solúveis em água (sólidas ou líquidas);
  5. Colocar líquidos concentrados;
  6. Colocar adubos, micronutrientes e outros adjuvantes;
  7. Colocar produtos de base oleosa;

5.2. Inspeção com o Pulverizador Desligado e Parado

  • Estado dos filtros de linha e sucção:
    • Verificar se há rompimento da malha, dos anéis de vedação, ou então acumulo de sujeira;
  • Estado e localização das mangueiras:
    • Verificar se há mangueiras rachadas, ressecadas ou torcidas. Observar se sua localização não está interferindo na pulverização;
  • Proteção das partes móveis
    • Verificar o estado da proteção das partes móveis, como o eixo cardam e as correias;
  • Pontas de pulverização
    • Conferir se as pontas ao longo da barra são do mesmo modelo, vazão e angulação;

5.3. Inspeção com o Pulverizador Acionado

Ligar a pulverização com o equipamento parado, utilizando a pressão usual de pulverização para as pontas instaladas no pulverizador. O motor deve funcionar na rotação nominal de trabalho. A seguir, preste atenção e confira os seguintes itens:

  • Vazamentos
    • Verificar a presença de qualquer tipo de vazamento;
  • Manômetro
    • Verificar se o manômetro está instalado e funcionando corretamente.

      • A adequação do manômetro é conferida de acordo com a escala máxima e a pressão usual de trabalho.
      • O manômetro é considerado adequado quando a pressão de normal de trabalho está na faixa entre 25% e 75% da escala máxima do manômetro;
  • Válvulas Antigotejo
    • O funcionamento é verificado no momento em que a pulverização é desligada. As pontas não podem ficar vazando após o desligamento da pulverização.

5.4. Inspeção das Pontas de Pulverização

A análise do estado das pontas de pulverização é feita com base na vazão individual de cada ponta:

  1. Colete o líquido pulverizado em todas as pontas durante pelo menos um minuto. (Use preferencialmente baldes para a coleta).
  2. Pese o líquido coletado com o auxílio de uma balança, com precisão de pelo menos 5 g.

Considerando-se a que 1 litro de água pesa aproximadamente 1 kg (100g=100ml), o peso do conteúdo que foi coletado durante 1 minuto de pulverização pode ser facilmente convertido para volume, em litros/minuto.

Antes de proceder a coleta, deixe as pontas aplicando durante pelo menos minuto para estabilizar a pressão.

É recomendável “vestir” uma mangueira flexível em torno do bico e direcionar o fluxo nesta mangueira para o balde, evitando-se o derramamento da calda durante a coleta;

Use sempre o mesmo balde para a pesagem, descontando seu peso (tara) na balança. Despeje o conteúdo coletado em cada bico neste balde usado para a pesagem, descartando o líquido em seguida.

  1. Repita o processo de determinação de vazão com três pontas novas, que sejam do mesmo modelo, angulação e vazão das pontas que estão instaladas no pulverizador, na mesma pressão de trabalho;
  2. Compare a vazão de cada ponta em uso com a vazão média de pontas novas. A variação da vazão das pontas em uso não deve ultrapassar 10% (para mais ou para menos) do valor da média das pontas novas equivalentes.
    1. Caso a variação de valor seja acima de 10% para mais, a ponta será considerada desgastada, devendo ser substituída.

    2. Caso a vazão da ponta usada for mais do que 10% do que a vazão da ponta nova, há chance da ponta e/ou do filtro estarem obstruídos, devendo passar por manutenção e nova aferição de vazão.

  3. Anote o número de pontas que possuem vazão fora do limite de variação aceitável de 10%. Após esta determinação, a decisão de troca de todo o lote é tomada de acordo com o seguinte critério:

    1. Quando mais do que 10% do número de pontas do lote apresentam problemas, é recomendada a troca de todo o lote.

    2. No caso de haver um número pequeno de pontas nesta situação (menos de 10% delas), é sugerida a substituição individual de cada ponta. Entretanto, quando a substituição parcial é realizada, se deve aferir a vazão das novas pontas e refazer o cálculo, pois a mistura de pontas novas e usadas pode causar grande variação na vazão entre estas.

6. Cuidados Com o Ambiente

Quando da aplicação de um produto fitossanitário em área total de uma cultura (visando a sua parte foliar), muitas gotas podem passar pela folhagem e atingir o solo, principalmente nas entrelinhas.

Essas perdas internas, isto é, dentro da área cultivada, são denominadas de “Endoderiva” e estão muito ligadas às aplicações de altos volumes e com gotas grandes que geralmente ultrapassam a capacidade máxima de retenção de líquidos pelas superfícies foliares.

O deslocamento de gotas para fora da área da cultura, causado pela ação do vento e da evaporação da água usada na preparação da calda, principalmente nas gotas de tamanhos menores, é denominado de “Exoderiva”.

Parte dos produtos aplicados é perdida para o ambiente pela deriva. Os fatores que influenciam esta perda são:

  • Vazamentos
    • Gotas menores possuem melhor capacidade de cobertura e propiciam maior capacidade de penetração no dossel. Gotas pequenas podem ser mais sensíveis à evaporação e aos processos de deriva.
    • O contrário ocorre com gotas mais grossas: oferecem menor capacidade de cobertura (menos gotas/cm²), menor capacidade de penetração no dossel, mas são menos suscetíveis à deriva.
  • Técnica de Aplicação
    • Por exemplo, o tipo de ponta ou atomizador, com o seu correspondente espectro de gotas;
  • Condições climáticas no momento da aplicação
    • Umidade relativa, temperatura e velocidade do vento
  • Condições operacionais utilizadas
    • Velocidade e altura da pulverização
  • Composição da calda
    • Defensivos, adjuvantes e da concentração dos mesmos na solução

 

7. Descarte Da Sobra De Calda No Pulverizador

O que fazer com a sobra da calda no tanque do pulverizador?

  • Se o volume de calda for pequeno e não possuir herbicida, deve ser diluído em água e aplicado nas bordaduras da área tratada, ou então nos carreadores/entrelinhas.
  • Resto de caldas com herbicida devem ser diluídos e aplicados nos carreadores/entrelinhas.

8. Cuidados Com Pulverizadores Costais

8.1. Antes da Utilização

Prepare o equipamento, verifique suas condições e vista os EPI’s.

  • Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI’s) recomendados e adequados ao tipo de pulverização utilizada;
  • Verificar se o tanque e os filtros estão limpos e livres de resíduos, e se a tampa fecha corretamente;
  • Verificar se as pontas são adequadas para o volume e tipo de aplicação desejada;
  • Verificar se a bomba está funcionando. Proceder a manutenção se necessário;
  • Verificar o funcionamento do regulador de pressão e do manômetro;
  • Corrigir vazamentos de mangueiras, bicos, válvulas e filtros;
  • Ajustar, na área de trabalho, a vazão desejada com água;

 

 

 

8.2 – Durante a aplicação

Seguem algumas dicas que podem lhe ajudar a realizar uma pulverização de qualidade.

  • O pulverizador costal deverá ser colocado sobre um suporte para facilitar sua colocação e ajustá-lo corretamente às costas do operador;
  • Abastecer o pulverizador com cuidado, sem derramamento ou perda da calda de pulverização;
  • Nos pulverizadores costais manuais, acionar a bomba até o endurecimento da alavanca;
  • Sincronizar o bombeamento com o caminhamento do operador, para manter uma maior regularidade da vazão do produto;
  • É extremamente recomendável a utilização de válvulas reguladoras de vazão, retirando do aplicador a função de manter a uniformidade da distribuição;
  • Nos costais motorizados, acelerar o motor à rotação máxima
  • Manter a altura da barra ou bicos recomendada em relação ao topo das plantas ou do alvo de deposição;
  • Nunca pulverizar contra o vento;
  • Se as roupas se tornarem altamente contaminadas, por exemplo, por um pulverizador com vazamento, o operador deve parar de pulverizar, trocar a sua roupa e lavar-se.

ATENÇÃO: Interrompa a pulverização sempre que as condições climáticas se tornarem desfavoráveis.

8.3 – Após utilizar o pulverizador

Máquinas e aparelhos que são bem cuidados permanecem funcionando corretamente por mais tempo.

  • Aplicar toda a calda de pulverização. Diluir a sobra da calda dez vezes e aplicar em bordaduras na área de trabalho;
  • Enxaguar o equipamento e seus componentes por fora e por dentro com bastante água limpa, forçando-a através de todos os componentes e bicos de pulverização, descartando-a em local adequado;
  • Utilizar óleo fino e limpo para engraxar a bomba de pulverização;
  • Guardar o equipamento em local protegido e seguro. O pulverizador costal deverá ser guardado (depois de seco) de boca para baixo;
  • Desmontar os bicos de pulverização, limpando seus componentes e guardando os em local limpo e seguro.