1 BOAS PRÁTICAS GERAIS

Boas práticas gerais no manejo dos vinhedos, como adubação, pulverização e mecanização. Seguindo as instruções apresentadas, pode-se obter ganhos na qualidade do solo, sanidade e equilíbrio das plantas, controle de doenças e segurança ambiental.

1.1 Cobertura De Solo

A utilização de plantas de cobertura é fortemente recomendada em pomares. São responsáveis por proteger o solo, proporcionando diversos benefícios. Dentre eles, podemos citar:

  • Maior acúmulo de matéria orgânica no solo;
  • Aporte de nutrientes;
  • Redução da erosão;
  • Diminuição das perdas de nutrientes e substâncias lixiviados durante a chuva;
  • Conservação da umidade do solo;
  • Contribuição para a qualidade do solo em geral.

Estes benefícios se refletem na qualidade do parreiral, promovendo plantas mais saudáveis e safras de maior produtividade. Ao contrário do que se pensava, a competição de plantas de cobertura com a cultura principal é baixa.

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1.2 Revolvimento do solo na entrelinha

Culturalmente, alguns produtores revolvem o solo na entrelinha para controle de plantas daninhas e incorporação de fertilizantes. No entanto, esta prática pode ser prejudicial ao sistema radicular das plantas, visto que boa parte das raízes se desenvolvem em direção à entrelinha.

Além disso, tráfego de máquinas de forma intensa, bem como em condições de elevada umidade do solo,  provoca compactação do solo na entrelinha. Isto prejudica o desenvolvimento do sistema radicular, limitando o crescimento das raízes às faixas de cultivo.

Portanto, depois que o parreiral foi instalado, não se deve revolver o solo com grades e arados. Do mesmo modo, é preferível que o tráfego com máquinas seja feito somente quando o solo não estiver muito úmido.

1.3 Aquisição de Mudas

Na hora de comprar as mudas, opte pelos viveiros com certificado fitossanitário de origem. Eles fornecem materiais com garantia de qualidade sanitária, reduzindo o risco de que as mudas adquiridas tenham desenvolvimento comprometido por doenças ou distúrbios na sua forma.

A imagem a seguir apresenta uma muda enxertada de videira com características padrão, as quais devem buscadas na compra de mudas.

2 Adubação

A adubação correta do parreiral é crucial para obter-se plantas equilibradas e com boa produtividade.  Por isto, a coleta de material para análise deve ser realizada periodicamente e de forma adequada, de modo que reflita na real condição do pomar.

As recomendações a seguir foram escritas baseado no conteúdo do Manual de Adubação e Calagem do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.

Cabe ressaltar que a experiência do produtor e do técnico no manejo da adubação é de grande valia, visto que diferentes cultivares e ambientes podem necessitar de ajustes nas doses de nutrientes.

2.1 Amostragem de Solo

Antes da instalação do vinhedo, deve-se mostrar o solo na camada de zero a 20 cm de profundidade e enviar para análise.

Em vinhedos já implantados, deve-se reamostrar o solo na mesma camada a cada três ou quatro anos, logo após a colheita, para reavaliar a fertilidade e determinar a necessidade de corretivos da acidez.

Sempre é aconselhável que se faça a análise completa, incluindo a determinação dos micronutrientes.

2.2 Amostragem de Tecido Vegetal

Recomenda-se fazer amostragem de tecido vegetal e enviar para análise a cada quatro anos, caso as plantas apresentem aparência saudável, ou realizar análises anualmente caso forem observados problemas nutricionais.

Deve-se utilizar a análise de solo concomitantemente à análise de tecido para estabelecer as recomendações de adubação. Com base nestes materiais, deverá optar-se por alterar ou manter a dose de cada nutriente que está sendo aplicada anualmente.

Para compor a amostra, deve-se colher aproximadamente 100 folhas completas por amostra de, no mínimo, 20 a 30 plantas representativas da área. Os materiais devem ser coletados na época de mudança de cor das bagas. 

A análise de tecido vegetal pode ser realizada utilizando o pecíolo das folhas ou então na folha completa:

  • Pecíolos: devem ser coletados das folhas recém prontas, ou seja, as mais novas que já completaram o crescimento. Esta avaliação é mais adequada para aferir teores de P e K.
  • Folhas completas: coletar a folha oposta ao primeiro cacho do ramo frutífero amostrado. Esta avaliação é mais adequada para aferir teores de N e Boro.

Na tabela a seguir, são apresentadas as classes de valores para avaliação do teor de nutriente dos tecidos vegetais coletados:

2.3 Calagem

A calagem deve ser feita no mínimo três meses antes do plantio das mudas. Adicionar a quantidade de calcário indicada pelo índice SMP para o solo atingir pH 6,0 (Tabela 6.2) com incorporação na camada de zero a 20 cm de profundidade.

No caso de ser necessária a calagem após a implantação do vinhedo, aplicar o calcário na superfície sem incorporação.

2.4 Adubação Pré Plantio

Nesta etapa, os nutrientes são aplicados para elevar os seus teores até o nível crítico ou de suficiência. As quantidades são estabelecidas com base em critérios definidos nas tabelas de interpretação, conforme consta no Manual de Adubação e Calagem do RS e SC (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO, 2004).

Na adubação de pré-plantio, se preconiza o uso de Fósforo, Potássio e Boro.

A) Fósforo e Potássio

Os fertilizantes indicados devem ser aplicados a lanço na área total e incorporados na camada de zero a 20 cm de profundidade.

Para o preparo do solo em faixas, calcular a dose de adubos proporcional à área a ser preparada.

B) Boro

O teor adequado de boro no solo para a cultura da videira varia de 0,6 a 1,0 mg/dm3. Se o teor no solo for menor que 0,6 mg/dm3 , aplicar 10 kg de B/ha na adubação de pré-plantio.

Após o estabelecimento do vinhedo, reaplicar boro somente se o teor na folha da videira for menor que 30 mg/kg.

2.5 Adubação de Crescimento

Nesta etapa, o objetivo da adubação é estimular o crescimento inicial da parte aérea e das raízes. É realizada anualmente, iniciando logo após o estabelecimento do vinhedo e se estendendo até o início da produção de uva, o que normalmente ocorre entre 2 até 3 anos.

Recomenda-se aplicar apenas nitrogênio (N), pois os níveis de P e K já foram aumentados até o nível crítico ou de suficiência na adubação de pré-plantio.

A) NItrogênio

Os adubos nitrogenados devem ser aplicados ao longo da fila, sem incorporação, na área de projeção da copa das mudas.

A quantidade de nitrogênio necessária depende do teor de matéria orgânica do solo, da idade do parreiral e do o tipo de uva, conforme apresentado na tabela abaixo:

ATENÇÃO: Doses acima de 30kg/ha de N devem ser parceladas em duas vezes: a primeira a partir do início da brotação e a segunda após 30 dias passados da primeira aplicação.

2.6 Adubação de Manutenção

Corresponde à adubação realizada anualmente, a partir do início da produção, visando repor a quantidade de nutrientes consumidas durante o ciclo.

Os fertilizantes devem ser aplicados na fila de plantio, sem incorporação, na área da projeção da copa, mantendo preferencialmente uma distância de 50 cm do caule das plantas.

A) NItrogênio

A adubação de manutenção com nitrogênio é recomendada somente quando o crescimento vegetativo estiver abaixo do esperado.

O excesso de nitrogênio pode prejudicar a floração e frutificação, tornar a planta mais suscetível a doenças e prejudicar a qualidade dos frutos, especialmente em uvas para vinho.

A aplicação deverá ser parcelada em dois momentos: início da brotação e estádio de grão chumbinho. A dose de fertilizante nitrogenado a ser aplicada depende do teor do nutriente na folha e da produtividade esperada.

Veja a tabela de interpretação do teor de N no tecido (folha completa ou pecíolo):

Na falta de laudo de análise foliar, utiliza-se o teor de matéria orgânica do solo.

Neste caso, considera-se que:

  • 0 a 2,5% de MO = teor abaixo do normal,
  • 2,5 a 5% = teor normal
  • 5% de MO = acima do normal

O excesso de nitrogênio acaba sendo prejudicial às plantas, porque as torna mais suscetível a doenças causadas por fungos. Ou então, na produção de uvas para vinho, o excesso de N pode depreciar a qualidade da uva.

B) Fósforo e Potássio

A aplicação de P e K deve ser feita no período hibernal (julho ou agosto).

Em casos de solos arenosos com baixo teor de matéria orgânica, deve-se dividir a aplicação de potássio em duas vezes, principalmente quando a dose for acima de 60kg/ha de K20. Neste caso, a primeira aplicação deve ser feita no período hibernal e a segunda no início da brotação, quando a baga atingir o tamanho chumbinho.

ATENÇÃO: A aplicação de K em doses muito elevadas pode depreciar a qualidade do vinho, no caso da produção de uvas viníferas.

Veja as tabelas de interpretação do teor de P e K no tecido (folha completa ou pecíolo):

3 Pulverização

3.1 Influência das Condições Climáticas

As condições climáticas no momento da aplicação são determinantes para a eficiência do processo.

  • Correntes de vento podem arrastar as gotas e carregar para outro alvo, dependendo do peso e tamanho da gota
  • A alta temperatura e a baixa umidade relativa do ar contribuem para a evaporação rápida das gotas, representando perda de produto para o ambiente.

As condições ideais para a pulverização são:

  • Umidade relativa do ar: pelo menos 50%.
  • Velocidade do vento: 3 a 7 km/h.
  • Temperatura abaixo de 30º C.

3.2 Volume de Pulverização

O volume de calda a ser pulverizada depende do alvo, condições climáticas, o tipo de ponta utilizada no bico, a arquitetura da planta e o tipo de produto que será aplicado. Sempre evitando perda de produto para o ambiente, seja por evaporação, deriva ou escorrimento na folha.

Portanto, em condições climáticas que favorecem a deriva e plantas que possuem dossel bem desenvolvido e fechado, o volume de calda utilizado deve ser maior.

3.3 Tamanho das Gotas

Ajustar o tamanho das gotas é muito importante para garantir a eficiência da aplicação.

ATENÇÃO: Se não houver qualquer indicação na bula do produto, recomenda-se a utilização de gotas médias para reduzir as chances de erros na aplicação.

4 Calibração do Pulverizador

4.1 Calibração do Turbopulverizador

A calibração do pulverizador e da aplicação são essenciais para garantir a aplicação da dose correta, contribuindo para que a pulverização promova a eficácia desejada.

Veja o passo a passo recomendado para realizar a calibração de turbo pulverizadores.

A) Quando a quantidade de calda é expressa em litros/planta

  1. Para realizar a calibração, será feita uma aplicação teste em um determinado número de plantas.
  2. Abasteça o pulverizador somente com água e anote o nível no tanque.
  3. Marque 100 plantas para culturas de menor porte (como o café) ou 10 para culturas de maior porte (como em citros) no talhão a ser tratado.
  4. Escolha a marcha que proporciona a velocidade adequada às condições de operação na área a ser tratada.
    1. O ar expelido pelo pulverizador deve ser ajustado para proporcionar a penetração necessária no dossel, mesmo na parte interior. No entanto, não deve carregar um excesso da calda para além do topo das árvores ou para o outro lado.

    2. A velocidade de deslocamento do pulverizador deve proporcionar tempo suficiente para que a “névoa” de calda penetre adequadamente na copa.

    3. Em geral, ventiladores grandes e ruas estreitas permitem o uso de velocidades de deslocamento maiores

  5. Ligue a tomada de potência (TDP) e ajuste a rotação do motor para obter 540 rpm na TDP. Ajuste os defletores e o direcionamento dos bicos.

    1. Quando o pulverizador for equipado com defletores de ar, direcionar a parte superior para o topo das árvores e a parte inferior para a parte baixeira,, evitando desperdícios.

  6. Pulverize nas plantas marcadas. Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado.

  7. Após a pulverização, meça a quantidade de água necessária para reabastecer o tanque do pulverizador até a marca feita anteriormente.

    1. Certifique-se de que o pulverizador está na mesma posição antes e depois da operação, para manter o mesmo nível da calda no tanque.

  8. Para obter o volume pulverizado sobre uma planta, divida o volume pulverizado pelo número de plantas que foram pulverizadas.

  9. Leia a bula do produto para verificar se esta taxa de aplicação está dentro dos limites recomendados.

    1. Caso não esteja e a diferença for pouca, pequenos ajustes podem ser realizados variando-se a pressão.

    2. Para ajustes maiores, recomenda-se a troca das pontas de pulverização para pontas de vazões maiores ou menores, conforme a necessidade.

    3. Se houver necessidade da troca das pontas, o procedimento de calibração deve ser repetido.

  10. Após calcular o volume de calda, é hora de calcular a quantidade de produto a ser utilizada no tanque.

    1. Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada. Vamos assumir que a dose é 200 mL/100 L.

    2. Calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento. Se a capacidade do tanque é de 2000 L, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento pode ser calculada assim: (2000 ÷ 100) x 0,2. Resultado: 4 litros de produto por tanque.

 

B) Quando a quantidade de calda é expressa em litros/hectare

  1. Para realizar a calibração, será feita uma aplicação teste em uma área de 100m².

  2. Abasteça o pulverizador somente com água e anote o nível no tanque.

  3. Determine a faixa de pulverização.

    1. Para pulverizadores que aplicam nas duas linhas em cada passada (bilaterais), a faixa de pulverização é o espaçamento entre as linhas. .

    2. Para pulverizadores que aplicam em uma linha por vez (unilaterais) e passam duas vezes pelo mesmo lugar, a faixa é a metade do espaçamento entre linhas.

  4. Para determinar a distância a ser percorrida, divida 100 pela valor da faixa de pulverização.

    1. Exemplo: se a faixa de pulverização for 4 metros, dividir 100 por 4. O resultado, que neste caso é 25 metros, será a distância a ser percorrida no teste para totalizar uma aplicação em 100m².

  5. Escolha a marcha que proporciona a velocidade adequada às condições de operação na área a ser tratada.

    1. O ar expelido pelo pulverizador deve ser ajustado para proporcionar a penetração necessária no dossel, mesmo na parte interior. No entanto, não deve carregar um excesso da calda para além do topo das árvores ou para o outro lado.

    2. A velocidade de deslocamento do pulverizador deve proporcionar tempo suficiente para que a “névoa” de calda penetre adequadamente na copa.

    3. Em geral, ventiladores grandes e ruas estreitas permitem o uso de velocidades de deslocamento maiores

  6. Ligue a tomada de potência (TDP) e ajuste a rotação do motor para obter 540 rpm na TDP. Ajuste os defletores e o direcionamento dos bicos.

    1. Quando o pulverizador for equipado com defletores de ar, direcionar a parte superior para o topo das árvores e a parte inferior para a parte baixeira,, evitando desperdícios.

  7. Pulverize na área determinada. Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado

  8. Após a pulverização, meça a quantidade de água necessária para reabastecer o tanque do pulverizador até a marca feita anteriormente.

    1. Certifique-se de que o pulverizador está na mesma posição antes e depois da operação, para manter o mesmo nível da calda no tanque.

  9. Para determinar o volume de calda a ser aplicada em 1 (um) hectare, multiplique por 100 o volume aplicado em 100 m2.

  10. Leia a bula do produto para verificar se esta taxa de aplicação está dentro dos limites recomendados.

    1. Caso não esteja e a diferença for pouca, pequenos ajustes podem ser realizados variando-se a pressão.

    2. Para ajustes maiores, recomenda-se a troca das pontas de pulverização para pontas de vazões maiores ou menores, conforme a necessidade.

    3. Se houver a necessidade da troca das pontas, o procedimento de calibração deve ser repetido.

  11. Nos casos onde a dosagem do produto é recomendada em concentração (exemplo: 150 mL/100 L de água), o volume adequado pode ser visualizado através do início do escorrimento da calda, no caso de folhagens, ou da obtenção da concentração de gotas desejada;

  12. Após calcular o volume de calda, é hora de calcular a quantidade de produto a ser utilizada no tanque.

    1. Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada. Vamos assumir que a dose é 3,0 L/ha.

    2. Calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função do volume pulverizado. Se a capacidade do tanque é de 2000 L, e a taxa de aplicação de 400 L/ha, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (2000 ÷ 400) x 3. Resultado: 15 litros de produto por tanque;

  13. Se a dosagem estiver recomendada em concentração (ex: 200 mL/100 L de água), calcule a quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento. Se a capacidade do tanque é de 2000 L, a quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento pode ser calculada assim: (2000 ÷ 100) x 0,2. Resultado: 4 litros de produto por tanque.

5 Preparo da Calda

Para otimizar o tempo, maquinário e reduzir custos, a aplicação de calda com produtos misturados no tanque é muito comum. No entanto, existem poucos estudos sobre a compatibilidade de produtos em mistura, sendo importante levar em conta a experiência do técnico ou produtor.

Antes de preparar o tanque, muitos produtores realizam o “teste da garrafa”. Que consiste em misturar os produtos em uma garrafa PET, respeitando a mesma ordem e proporção de cada produto. Assim, é possível prever o que aconteceria com a mistura dentro do tanque, observando se ocorre a precipitação ou separação de algum produto.

5.1 Ordem de Mistura

Recomenda-se que a sequência de mistura no tanque do pulverizador ou no misturador de calda seja referenciada do “mais fácil” para o “mais difícil”:

  1. Colocar água no tanque ou misturador;
  2. Ligar agitação;
  3. Colocar adjuvantes condicionadores de calda, surfactantes e emulsionantes;
  4. Colocar substâncias altamente solúveis em água (sólidas ou líquidas);
  5. Colocar líquidos concentrados;
  6. Colocar adubos, micronutrientes e outros adjuvantes;
  7. Colocar produtos de base oleosa;

A agitação correta da calda é importante:

O funcionamento correto do agitador do tanque, seja manual ou motorizado, garante que o produto será aplicado com a mesma concentração em toda lavoura, correspondendo a dose calculada.

Para pulverizadores motorizados onde o agitador é ativado pela TDP, deve-se trabalhar com a rotação de 540, garantindo que a agitação será eficiente enquanto o produto é aplicado. Caso a aplicação for realizada com rotação mais baixa, pode acontecer a deposição de partículas no fundo do tanque, bem como a migração de produtos emulsionados para a parte superior da mistura.

6 Inspeção Periódica de Pulverizadores

A inspeção periódica garante a correta utilização e conservação do produto. Para isto, deve-se seguir uma sequência de etapas que serão apresentadas à seguir:

6.1. Preparação do Pulverizador para Inspeção

A inspeção deve ser iniciada com a preparação do pulverizador para o processo, realizando-se uma limpeza geral.

Deve-se realizar a descontaminação do reservatório, a lavagem dos filtros (de linha, de sucção e das pontas) e a limpeza das pontas. A seguir, o tanque deve ser abastecido com água limpa.

  1. Colocar água no tanque ou misturador;
  2. Ligar agitação;
  3. Colocar adjuvantes condicionadores de calda, surfactantes e emulsionantes;
  4. Colocar substâncias altamente solúveis em água (sólidas ou líquidas);
  5. Colocar líquidos concentrados;
  6. Colocar adubos, micronutrientes e outros adjuvantes;
  7. Colocar produtos de base oleosa;

6.2. Inspeção com o Pulverizador Desligado e Parado

  • Estado dos filtros de linha e sucção:
    • Verificar se há rompimento da malha, dos anéis de vedação, ou então acumulo de sujeira;
  • Estado e localização das mangueiras:
    • Verificar se há mangueiras rachadas, ressecadas ou torcidas. Observar se sua localização não está interferindo na pulverização;
  • Proteção das partes móveis
    • Verificar o estado da proteção das partes móveis, como o eixo cardam e as correias;
  • Pontas de pulverização
    • Conferir se as pontas ao longo da barra são do mesmo modelo, vazão e angulação;

6.3. Inspeção com o Pulverizador Acionado

Ligar a pulverização com o equipamento parado, utilizando a pressão usual de pulverização para as pontas instaladas no pulverizador. O motor deve funcionar na rotação nominal de trabalho. A seguir, preste atenção e confira os seguintes itens:

  • Vazamentos
    • Verificar a presença de qualquer tipo de vazamento;
  • Manômetro
    • Verificar se o manômetro está instalado e funcionando corretamente.

      • A adequação do manômetro é conferida de acordo com a escala máxima e a pressão usual de trabalho.
      • O manômetro é considerado adequado quando a pressão de normal de trabalho está na faixa entre 25% e 75% da escala máxima do manômetro;
  • Válvulas Antigotejo
    • O funcionamento é verificado no momento em que a pulverização é desligada. As pontas não podem ficar vazando após o desligamento da pulverização.

7. Como Comprar Mudas de Qualidade

Para adquirir mudas de qualidade, o primeiro passo é comprá-las de viveiros que possuem certificado fitossanitário de origem. Este certificado geralmente fica guardado no escritório da empresa.

No momento da aquisição deve-se prestar atenção nas características morfológicas (formas da muda) e características sanitárias, evitando comprar mudas defeituosas ou contaminadas.

A Embrapa Uva e Vinho desenvolveu um guia para verificação visual de mudas de raiz nua, apontando os principais problemas que devem ser evitados. As verificações são feitas nas partes internas e externas da muda. Para verificação interna, deve-se realizar cortes nas mudas, tendo que inutilizá-las. Por isto, recomenda-se que o viticultor compre mudas a mais, no mínimo 10.

    

As mudas normais de raiz nua normalmente obedecem este padrão:

Durante a avaliação das mudas, estes são os quatro pontos que devem ser observados:

A enxertia pode ter sido feita por diferentes métodos, apresentando diferentes aspectos na soldadura:

Verificando os 4 pontos:

1 - Verificação do ponto de enxertia:

2 - Verificação no tronco do porta-enxerto

3 - Verificação da base do tronco

4 - Verificação das Raízes

8. Qualidade da Água da Propriedade

A água disponível na propriedade deve ser analisada periodicamente para garantir que pode ser usada sem problemas. Isto contribui para a eficácia das operações que necessitam de água, como preparação de caldas. Os parâmetros analisados estão apresentados na tabela abaixo:

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